De Livro para Filme: As Melhores e Piores Adaptações de Frankenstein

   

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Desde a sua publicação em 1818, Frankenstein, de Mary Shelley, tem fascinado e assombrado leitores em todo o mundo. A história do Dr. Victor Frankenstein e sua criatura tornou-se um ícone cultural, inspirando inúmeras adaptações cinematográficas, cada uma com seu próprio toque. Mas será que todas capturam a essência do clássico literário?

Ao longo dos anos, cineastas tentaram trazer essa obra-prima gótica para a tela grande, algumas vezes com sucesso, outras com fracasso. Hoje, vamos explorar as melhores e piores adaptações de Frankenstein no cinema e entender como cada uma reinterpretou a história original de Shelley.

Frankenstein conta a trágica história de Victor Frankenstein, um cientista ambicioso que, obcecado por criar vida, constrói uma criatura a partir de partes de cadáveres. Ao ver a monstruosidade que criou, ele abandona sua criação, levando a uma jornada de vingança, solidão e horror. A criatura, rejeitada pela sociedade, busca vingança contra seu criador, resultando em uma narrativa cheia de tensão, filosofia e emoção.

“Eu devia ser teu Adão; em vez disso, sou o anjo caído, a quem expulsaste da alegria sem culpa.” — Mary Shelley, Frankenstein.

As Melhores Adaptações de Frankenstein

1 Frankenstein (1931) – A Clássica Versão da Universal

A adaptação de 1931 dirigida por James Whale e estrelada por Boris Karloff como o monstro é, sem dúvida, uma das mais icônicas. Embora o filme tome muitas liberdades com o enredo original, é essa versão que moldou a imagem da criatura como um ser desajeitado, com parafusos no pescoço e uma cabeça quadrada — bem diferente da descrição original de Shelley. Mesmo assim, a atuação de Karloff e a direção inovadora de Whale ajudaram a transformar Frankenstein em uma lenda do cinema.

  • Destaque: A cena em que o monstro “nasce”, com a famosa frase “It’s alive!” é uma das mais icônicas da história do cinema.

2 Mary Shelley’s Frankenstein (1994) – A Mais Fiel ao Livro

Dirigida por Kenneth Branagh e estrelada por Robert De Niro como o monstro, essa adaptação tenta ser a mais fiel ao romance original. Embora seja considerada exagerada por alguns críticos, especialmente pelas performances dramáticas, o filme consegue capturar muitos dos temas filosóficos e emocionais da obra de Shelley, incluindo a angústia do monstro e a culpa de Frankenstein.

  • Destaque: O filme aprofunda a relação entre o criador e a criatura, explorando o impacto emocional de suas ações.

3 Frankenstein (2015) – A Releitura Moderna

Esta adaptação é uma releitura moderna da história, ambientada no presente e focada mais na ciência moderna e bioética. Embora não seja uma versão fiel ao enredo original, o filme oferece uma nova perspectiva sobre a criação de vida artificial e o papel da ciência no século XXI. É uma visão interessante, mas que pode não agradar aos puristas.

  • Destaque: A maneira como o filme relaciona a criação da criatura com a inteligência artificial é um ponto interessante para reflexões contemporâneas.

As Piores Adaptações de Frankenstein

1 Frankenstein Meets the Space Monster (1965) – O Bizarro

Essa adaptação é considerada um dos maiores fracassos cinematográficos associados ao nome Frankenstein. A trama envolve um astronauta ciborgue que luta contra alienígenas em uma tentativa de salvar a Terra. Embora tenha “Frankenstein” no título, o filme tem pouco a ver com o romance de Shelley, levando a uma mistura absurda de ficção científica e terror que caiu no esquecimento por razões óbvias.

  • Destaque: É difícil apontar algo positivo aqui, mas o filme é um bom exemplo de como Frankenstein foi mal interpretado ao longo dos anos.

2 Van Helsing (2004) – O Exagero dos Efeitos Especiais

Embora não seja uma adaptação direta, Van Helsing inclui o monstro de Frankenstein em sua trama, mas transforma o personagem em um ser coadjuvante em meio a uma extravagância de efeitos especiais. O filme, estrelado por Hugh Jackman, foi criticado por seu enredo confuso e sua dependência excessiva de CGI, que ofuscou qualquer tentativa de capturar a essência dos personagens clássicos.

  • Destaque: A criatura de Frankenstein é apenas uma sombra do que deveria ser, com pouca profundidade emocional.

3 I, Frankenstein (2014) – A Ação Sobrenatural Sem Substância

Uma das adaptações mais recentes, I, Frankenstein, protagonizada por Aaron Eckhart, transforma a criatura em um herói de ação, lutando contra demônios e gárgulas em uma guerra sobrenatural. Apesar de tentar reimaginar o personagem para uma nova geração, o filme foi criticado por seu roteiro fraco, falta de desenvolvimento de personagem e uma trama incoerente.

  • Destaque: A tentativa de transformar Frankenstein em uma figura de ação foi recebida com desaprovação tanto pela crítica quanto pelo público.

A chave para uma adaptação bem-sucedida de Frankenstein é capturar a essência da obra de Mary Shelley: a dualidade entre criador e criatura, o questionamento ético sobre a criação da vida e o impacto emocional de ser rejeitado pela sociedade. As melhores adaptações, como a de 1931 e a de 1994, entendem esses temas centrais e os traduzem para a tela, mesmo que com algumas liberdades. Já as piores falham ao tentar transformar Frankenstein em algo que ele não é — um filme de ação ou uma história absurda de ficção científica.

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